\”Não me preocupo mais com as reações dos outros. Alguns vão gostar do meu trabalho, outros não. Quem gosta faz parte do meu público. Aqueles que não gostam não fazem parte. Simples assim.\”
… por Kristen Helmstetter na obra Um café com autoestima (pag. 50, 2020).
Para contextualizar a frase de hoje, vou pedir para você mentalizar o seguinte: você gosta muito de ler sobre dietas e nutrição, já fez algumas receitas bem legais e com ótimos resultados, fala com os amigos e familiares sobre suas conquistas e, motivado com tudo isso, decide fazer uma publicação com fotos e um texto bem fundamentado em suas redes sociais. Muito legal, não é mesmo?
Mas, após publicar o post, um ser lá dos quintos do inf… (rs) faz um comentário que aquilo tudo que você disse é uma grande mentira e que a melhor dieta é “tomar vergonha na cara e fechar a boca”.
Pois é, este tipo de situação pode acontecer com qualquer pessoa, inclusive com quem escolheu falar exclusivamente sobre o mundo que envolve a deficiência visual, seus desafios e conquistas.
Depois de algum tempo e após fazer mentorias com profissionais que lidam diariamente com redes sociais, descobri que existe uma palavrinha mágica chamada “persona”. É a chave do cadeado que nos prende aos números de seguidores, curtidas, compartilhamentos e comentários no Blog, Instagram, Facebook, Twitter, Youtube etc.
Confesso que saber qual ou quais são as suas personas (público alvo) do conteúdo que produz não é uma tarefa tão simples assim. Exige um bom projeto e, caso necessário, de uma boa mentoria.
No início eu falava sobre todas as pessoas com deficiência (física, auditiva, intelectual e visual). O que percebi foi que o meu esforço para entender as outras deficiência era enorme, pois eu não as vivo. Eu sou uma pessoa com deficiência visual que perdeu a visão durante a vida. Estudei estudo, trabalho, me relaciono… Resumindo, esse é o meu universo e sobre ele eu sei falar com autoridade.
Certo do que sei produzir de conteúdos, bastou avaliar quem é a persona que os consumirá. No meu caso as personas, pois descobri que as próprias pessoas com deficiência, seus familiares, profissionais de oftalmologia, empresas especializadas em produtos e serviços e professores de deficiência visual são potenciais interessados.
Viu como é bom identificarmos a nossa área de atuação?
Enfim, com um pouquinho de empenho você vai perceber que existe público para qualquer tipo de assunto. Tem quem goste de ler sobre insetos comestíveis (eca rs) ou até mesmo sobre o consumo de carne de pombos brancos (meu Deus!).
Após identificar a minha persona, me libertei dos números das redes sociais e dedico meu tempo a alcança-la. Sendo 1 ou 10 mil interessados, entregarei o conteúdo que eles querem consumir e, como afirmou Kristen Helmstetter na frase em destaque: \”Não me preocupo mais com as reações dos outros. Alguns vão gostar do meu trabalho, outros não. Quem gosta faz parte do meu público. Aqueles que não gostam não fazem parte. Simples assim.\”!