Comparação da educação inclusiva no Brasil e no exterior

“Eu fiquei muito feliz quando o Enzo recebeu o material adaptado. Moramos por seis anos na Espanha e mesmo quando estávamos lá ele nunca recebeu nada de tão boa qualidade e específico para as necessidades especiais dele. Estou muito feliz mesmo com este material, porque com ele percebemos que a inclusão realmente está acontecendo. O Enzo também fica feliz em poder acompanhar junto com os coleguinhas porque os livros dele são os mesmos que vieram para todos, porém ampliados. Veio tudo: agenda, livros didáticos e literários. Tudo muito lindo. Parabéns à toda a gestão pela iniciativa”, conta Mariana Silva, mãe do pequeno Enzo, estudante da Escola Municipal Rosevir Ribeiro de Paiva.

O texto de hoje foi extraído do site oficial da Prefeitura de Anápolis (GO) e é um relato que merece nossa atenção e comentários, principalmente no que diz respeito à comparação do ensino disponibilizado aos alunos cegos ou com baixa visão no Brasil e no exterior.

Existem muitos recursos tecnológicos utilizados aqui que vieram de fora, principalmente dos Estados Unidos e da Europa. Certa vez, uma mãe que morava em Portugal me relatou que o filho tinha acesso a tablets, computadores, lupas eletrônicas e diversos outros equipamentos para ter independência. Esse cenário justifica a ausência de materiais físicos ampliados, pois tais equipamentos já fazem esse trabalho.

Em nosso país, pela ausência de políticas públicas mais eficientes, o Poder Público precisa lançar mão de materiais adaptados, com um custo muito menor que a compra de equipamentos para os milhões de estudantes cegos ou com baixa visão.

Uma outra curiosidade relatada por minha amiga é que em Portugal o filho dela não tinha aulas de Braille na escola regular. Já no Brasil, o ensino do sistema é obrigatório para as crianças cegas e as que apresentam baixa visão, os materiais devem ser ampliados de acordo com suas necessidades.

Em resumo, não estou aqui julgando quem está certo ou errado, mas fazendo uma avaliação como uma pessoa que tem deficiência visual severa e que se preocupa com a qualidade do ensino e, por consequência, do futuro de quem está na fase escolar e precisa de uma educação inclusiva e igualitária.

Acredito que recursos tecnológicos são importantes, mas nada vai substituir um material físico. O contato da criança com um livro, seja em Braille ou com fontes ampliadas, é um processo sinestésico que envolve outros sentidos, os quais fazem parte do nosso desenvolvimento como seres humanos.

Fonte: https://www.anapolis.go.gov.br/educacao-inclusiva-avanca-com-uso-de-materiais-ampliados-para-estudantes-de-baixa-visao/

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