“Projetos de tecnologia assistiva desenvolvidos em todo o país foram apresentados no Seminário Marco Zero SisAssistiva (Sistema Nacional de Laboratórios de Tecnologia Assistiva), promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), nesta quarta-feira (10), em Brasília (DF). O evento promove o alinhamento inicial e a integração dos 28 projetos aprovados e contratados pela Chamada FINEP SisAssistiva 2002, no valor de R$ 72, 5 milhões.
O SisAssistiva é uma das principais entregas do MCTI ao Plano Novo Viver sem Limite, do Governo Federal. O sistema de laboratórios vai permitir o compartilhamento de informações, metodologias e estratégias que guiarão o desenvolvimento e a implementação de iniciativas assistivas. O objetivo é garantir que os projetos de CT&I contribuam para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência e ampliem suas oportunidades de participação plena na sociedade.”
De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão(n. 13.146/15), o conceito de tecnologia assistiva é:
“III – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social;”
Hoje, iniciei o texto com um trecho sobre um evento que trouxe boas notícias para nós, pessoas com deficiência, no que diz respeito à autonomia e, por consequência, uma melhora em nossa qualidade de vida.
Muitos não sabem, mas o cão-guia é um exemplo de tecnologia assistiva. Isso porque ele é treinado para auxiliar pessoas cegas ou com baixa visão severa no direito constitucional de ir e vir com autonomia. O seu treinamento é feito dentro de metodologias próprias e podem melhorar a cada dia se tivermos investimentos em pesquisas, qualificação de profissionais, genética dos animais e, principalmente, nos centros que formam esses cães.
O objetivo aqui não é exemplificar as centenas de tecnologias que podem ser denominadas como assistivas, mas dar visibilidade ao tema. Ao escrever o presente texto, estou usando um leitor de tela chamado NVDA que lê em voz alta tudo que tem na tela do computador. Mas, para isso acontecer, os softwares e websites precisam ser produzidos de forma que os leitores de tela consigam fazer o trabalho deles.
De acordo com pesquisas, apenas 1% dos websites brasileiros são acessíveis. Esse cenário demonstra o quanto precisamos divulgar e cobrar do Poder Público medidas que ampliem a criação e o acesso às tecnologias assistivas, como é o caso do Seminário Marco Zero SisAssistiva.